Epidemia do novo coronavírus: o que as farmácias precisam fazer
Uma equipe de profissionais liderada pelo Prof Cassyano Correr, Coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Associação Brasileira de Redes Farmácias e Drogaria (Abrafarma), elaborou documento de recomendações para o manejo de clientes e cuidados com times de trabalho frente ao coronavírus. Este material representa o posicionamento oficial da entidade. São documentos dinâmicos e serão atualizados ao longo do tempo, caso necessário.
As recomendações seguem diretrizes oficiais do Ministério da Saúde, CFF, FIP, OMS, OPAS, Plataforma IVIS e Sociedade Brasileira de Infectologia para o tema.
Confira um dos documentos com orientações gerais e orientações para farmacêuticos:
As farmácias são frequentemente o primeiro ponto de contato com o sistema de saúde para quem tem preocupações relacionadas à saúde ou, simplesmente, necessita de informação e aconselhamento confiável. Além disso, elas tornaram-se parte importante, às vezes indispensáveis, ao sistema público de saúde.
Garantir o abastecimento. As farmácias devem garantir o suprimento de medicamentos e materiais de proteção individual necessários e devem colaborar para a educação em saúde e gerenciamento colaborativo com hospitais e unidades de saúde em momentos de crise em saúde pública.
Responsabilidade em proteger a população e seus funcionários. Quando uma epidemia acontece, a farmácia é o estabelecimento que está na linha de frente e tem uma responsabilidade crucial na proteção à saúde da população. Como farmácias tem um grande fluxo de pessoas, e muitas dessas podem ser doentes assintomáticos, várias medidas importantes devem ser tomadas.
Responsabilidade em atender pacientes suspeitos e encaminhar. É natural que pessoas com sintomas respiratórios busquem a farmácia para atendimento ou compra de medicamentos. A equipe deve estar apta a acolher, identificar, avaliar, orientar e encaminhar esse paciente.
O que precisa ser feito. Abordaremos as medidas que devem ser tomadas pelas farmácias para se proteger, atender pacientes com sintomas suspeitos, e colaborar com a contenção da disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da doença COVID-19.
Nota: As recomendações contidas neste documento consideram as melhores informações disponíveis no momento de sua publicação. As informações sobre o avanço do COVID-19 são dinâmicas e novas diretrizes podem ser necessárias a qualquer momento. Data de atualização: 12/03/2020.
Sintomas do coronavírus
Sintomas semelhantes a gripe. Os sinais e sintomas clínicos do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a uma gripe ou resfriado comum. Febre, tosse e dificuldade para respirar. Os sintomas mais importantes são febre (temperatura acima de 37,8 °C), tosse e dificuldade para respirar. Na admissão hospitalar, a febre e a tosse aparecem em mais de 80% dos pacientes, enquanto a dificuldade para respirar aparece em cerca de 30%.
Outros sintomas também podem estar presentes. Outros sintomas presentes podem ser congestão nasal, espirros, dor de garganta, dor de cabeça, mal estar e dor no corpo.
Maior risco de complicação pulmonar. Nos casos mais graves, que geralmente acometem pacientes mais idosos ou com comorbidades subjacentes (diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer), também pode ocorrer infecção do trato respiratório inferior e pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e óbito.
Medidas adequadas para cada fase
Fases da epidemia. A epidemia do COVID-19 evolui em “fases epidemiológicas”, sendo três fases crescentes de gravidade.
Primeira fase. A primeira fase da COVID-19 é de “casos importados”, em que há poucas pessoas acometidas e todas regressaram de países onde há epidemia.
Segunda fase. A segunda fase epidemiológica é de transmissão local, quando pessoas que não viajaram para o exterior ficam doentes, mas ainda é possível identificar o paciente que transmitiu o vírus, geralmente parentes ou pessoas de convívio social próximo.
Terceira fase. Finalmente pode ocorrer a terceira fase epidemiológica ou de transmissão comunitária, quando o número de casos aumenta exponencialmente e perdemos a capacidade de identificar a fonte ou pessoa transmissora.
Diferentes fases acontecendo simultaneamente. A epidemia é dinâmica e o Brasil é um país “continental”. Diferentes cidades e estados podem apresentar fases distintas da epidemia.
A farmácia precisa se preparar para o pior. É provável que muitos municípios do país não apresentem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 durante todo período de epidemia. Várias cidades, por outro lado, como São Paulo e Rio de Janeiro, devem entrar na fase de transmissão comunitária (3ª fase epidemiológica) nos próximos dias ou poucas semanas.
Medidas em farmácias de cidades que não possuem casos suspeitos ou confirmados da doença. Neste caso o risco é baixo para os funcionários e clientes, portanto a rotina da farmácia segue praticamente inalterada. Nesta fase, recomenda-se treinar os funcionários para as ações de prevenção da doença e medidas de higiene e tomar medidas de educação da população que contribuam para a prevenção da doença.
Medidas em farmácias de cidades que já possuem casos suspeitos ou confirmados
da doença. Neste caso, o risco para funcionários e clientes é alto. Com a escalada dos casos confirmados, a farmácia deve tomar medidas adicionais de isolamento de funcionários com sintomas, prevenção no ambiente de trabalho, proteção de funcionários e protocolos padronizados, atendimento de clientes com sintomas de
infecções respiratórias e descarte de resíduos. A saúde mental dos trabalhadores também deve receber atenção especial nesta fase.
Situações críticas. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, em cidades (ou estados ou o país todo) em que a epidemia na fase de transmissão comunitária continue a evoluir, geralmente passando de 1.000 casos, o que pode ocorrer em poucos dias ou poucas semanas, apesar de tomadas as medidas anteriormente mencionadas, devem considerar: fechamento das escolas, faculdades e universidades, interrupção de eventos coletivos, como jogos de futebol e cultos religiosos, fechamento de bares e boates, disponibilização de leitos extras de UTI.
Pacientes com sintomas não devem ir à farmácia. Chegando-se à terceira fase, orientar para que pacientes com sintomas leves permaneçam em isolamento respiratório domiciliar e não devem ir à farmácia ou procurar assistência médica, porque os serviços de saúde estarão sobrecarregados.
Oferecer atendimento remoto e entrega de produtos. Na terceira fase, oferecer uma linha telefônica ou chat de atendimento, a fim de orientar clientes, bem como serviços de compra online ou delivery, deve ser priorizado, a fim de criar mecanismos para que os clientes não precisem ir à loja para obter informações ou adquirir produtos.
Farmácias não fecham as portas. Em outros países que estão passando por epidemias graves do coronavírus, como China e Itália, mesmo com o estabelecimento da quarentena, as farmácias permaneceram abertas. Espera-se que o mesmo ocorra no Brasil.
Medidas de higiene para prevenir o coronavírus
Todas as pessoas e funcionários da farmácia devem adotar medidas preventivas. As ações de prevenção e higiene devem ser seguidas por todas as pessoas assintomáticas, independentemente de sua idade, histórico de viagem, contato com pessoas doentes ou situação laboral. O objetivo é conter a disseminação do vírus na população.
As medidas preventivas devem ser informadas a todos. As infecções por Coronavírus podem ser prevenidas e um surto pode ser contido, ou até mesmo interrompido, por meio do envolvimento ativo dos gestores, profissionais da saúde, meios de comunicação social e comunidade, tal como demonstrado em surtos anteriores de Coronavírus, como a SARS-CoV em 2003, ou a MERS-CoV em 2012.
As medidas de prevenção já são bem conhecidas. Os cuidados básicos, tanto para a população em geral quanto para os profissionais da saúde, são os mesmos recomendados para redução do risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, como gripes e resfriados.
Higiene das mãos. Lavar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou fazer antissepsia frequente das mãos utilizando álcool gel 70%.
Cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar. Quando tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou lenço de papel, depois jogar o lenço no lixo e higienizar as mãos. Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
Prevenir contaminação. Evitar tocar mucosas dos olhos, nariz e boca, bem como objetos potencialmente contaminados, como corrimões e maçanetas de porta.
Objetos pessoais. Não compartilhar com outras pessoas objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos ou garrafas.
Afastamento de outras pessoas. Manter distância mínima de 1 metro de outras pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecções respiratórias agudas, como tosse, espirros e congestão nasal.
Evitar o contato pessoal. Evitar apertos de mãos, abraços ou beijos com pessoas, mesmo que assintomáticas, é uma medida que ajuda a reduzir a propagação do vírus.
Prevenção no ambiente de trabalho da farmácia
Quem deve ir para casa. Todas as pessoas, pacientes e funcionários, com sintomas leves de infecção respiratória, principalmente febre, devem ficar em casa e utilizar máscara de proteção, mesmo em casa.
Idosos e portadores de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, câncer, doença respiratória crônica). Idosos acima de 60 anos ou portadores de doenças crônicas devem buscar atendimento médico imediato, mesmo se tiverem apenas sintomas leves. A mortalidade nesses grupos é maior. Por isso, mesmo pessoas com febre baixa ou sem dificuldade respiratória devem ser avaliados por um médico.
Cuidados em casa. Em casa, devem evitar contato próximo com outras pessoas e, de preferência, permanecer em ambiente separado delas. Devem manter as medidas de higiene. Utensílios domésticos, como copos, pratos, garfos e facas não devem ser compartilhados com outras pessoas da casa.
Prevenção para os cuidadores. Pessoas que estejam cuidando de outras pessoas doentes devem usar máscara cirúrgica e tomar medidas redobradas de higiene das mãos e utensílios.
Medidas de autocuidado. Os sintomas leves de infecção respiratória podem ser tratados com medidas de autocuidado para reduzir o desconforto, incluindo uso de medicamentos antitérmicos, descongestionantes nasais e analgésicos, isentos de prescrição médica, seguindo estritamente a posologia recomendada.
Tratamento. Em caso de prescrição médica, o tratamento recomendado deve ser seguido conforme receita. Em caso de dúvidas ou problemas pós-atendimento médico, informações devem ser obtidas por telefone ou teleatendimento. Não se deslocar a centros de saúde ou hospitais apenas para obter informações.
Cuidados com a febre. No caso da febre, monitorar para se certificar de que o tratamento não está mascarando a febre, a fim de acompanhar a evolução do quadro. Para isso, espace os horários de uso do antitérmico o máximo possível e monitore a temperatura a cada 4 horas. É esperado que a febre persista por 3 a 4 dias.
O que fazer se o quadro piorar. Em caso de piora do quadro, ou no surgimento de sintomas graves, principalmente respiratórios (falta de ar, respiração difícil), o paciente deve buscar imediatamente pronto atendimento hospitalar ou em unidade de pronto atendimento (UPA).
Coronavírus: prevenção no ambiente de trabalho da farmácia
Por quê implantar uma rotina de prevenção. Como o SARS-CoV-2 pode ser transmitido por meio de gotículas e contato, todas as áreas do ambiente da farmácia que possam ter sido contaminadas com o vírus devem ser desinfetadas.
Que produtos usar para limpeza. Os produtos indicados para desinfecção no caso do SARS-CoV-2 são: álcool 70%, solução de hipoclorito 1% e detergentes contendo cloro ativo. Uma observação importante é não utilizar produtos à base de clorexidina para a antissepsia do local, pois estes não são efetivos contra o SARS-CoV-2.
Superfícies nas áreas de circulação. Telefones, computadores, teclados, mouses, caixa registradora, balança, mesas, cadeiras, corrimões e maçanetas. Limpar a superfície para esterilização com álcool líquido 70% a cada 2 horas.
Instrumentos clínicos. Termômetros, estetoscópios, glicosímetros, aparelho de pressão, balança de bioimpedância, entre outros utilizados pelo farmacêutico. Limpar para esterilização com álcool líquido 70% após cada uso ou imediatamente caso haja suspeita de contaminação.
Áreas grandes (facilities). Grandes superfícies da loja, como chão, banheiros, pias, balcões, refrigeradores, lockers, equipamento de ar condicionado, entre outros. Limpar para esterilização com desinfetante contendo cloro ativo e/ou solução de hipoclorito 1% no mínimo uma vez ao dia.
Roupas de trabalho. Aventais, jalecos, uniformes. Esterilizar duas vezes por semana, substituindo a roupa imediatamente caso haja contaminação no contato com pacientes. A esterilização é feita por lavagem a quente, em temperatura de 75 graus por pelo menos 30 minutos ou 80 graus por pelo menos 10 minutos. Também pode ser feito deixando a roupa de molho em solução de hipoclorito 1%, para roupas brancas, por pelo menos 30 minutos (separar de outras roupas não contaminadas).
Utensílios de limpeza. Esfregão, vassouras, rodinhos. Devem ser separados e limpos em área própria. Enxaguar com água após cada utilização, mergulhe e esterilize com solução desinfetante contendo cloro por 30 minutos, enxague novamente com água e depois seque para utilizar novamente.
Ventilação do ambiente. Forçar a circulação do ar no ambiente da loja, mantendo o ambiente arejado. Para isso, abra as janelas ou ligue ventilador mecânico por no mínimo 30 minutos duas vezes ao dia.
Esterilização do ar. Efetue limpeza dos filtros de ar condicionado e utilize equipamentos portáteis de esterilização do ar em ambientes onde não é possível manter boa ventilação ou em ambientes fechados onde pacientes são atendidos, por exemplo, na sala de serviços farmacêuticos.
Precauções. Siga corretamente as instruções do fabricante dos produtos antes de usar, respeitando diluição e tempo de aplicação do produto para correta esterilização. Tome medidas de proteção do pessoal de limpeza, obrigando utilização de luvas e óculos de proteção ao manusear os produtos.
Prevenção e segurança dos funcionários da farmácia
Por quê implantar medidas de proteção dos funcionários. Farmacêuticos, atendentes, caixas e pessoal de limpeza da loja estão na linha de frente do contato com clientes, correndo maior risco de adquirir infecção respiratória. Com a rápida disseminação do vírus, surtos locais podem causar falta de recursos humanos para manter a operação em funcionamento.
Treinamento. Todos os funcionários devem ser treinados para os procedimentos corretos de prevenção, higiene e a rotina de trabalho durante a epidemia. Funcionários com sintomas. Sintomas sugestivos de infecção respiratória devem ser notificados pelo funcionário imediatamente. Os funcionários devem ser orientados de que notificar sintomas não será motivo de punição, mas a omissão de informação sim. Funcionários com sintomas devem ser encaminhados para atendimento médico imediatamente e mandados para casa, para isolamento, pelo período determinado em atestado médico.
Funcionários assintomáticos. A saúde dos funcionários da loja, sem sintomas, deve ser acompanhada diariamente pelo farmacêutico, com monitorização da temperatura e surgimento de sintomas.
Funcionários que tiveram contato com pessoas doentes. Funcionários que tiveram contato com outros funcionários ou clientes doentes devem manter sua rotina normal de trabalho, seguindo as medidas preventivas, enquanto se mantiverem assintomáticos. Sua temperatura e sintomas devem ser acompanhados diariamente pelo farmacêutico por 14 dias após exposição.
Trabalho remoto. É recomendado transferir funcionários para trabalho home-office, nos casos possíveis, mesmo que estejam assintomáticos.
Evitar reuniões e aglomerações. Todas as reuniões, treinamentos e eventos com mais de 20 pessoas devem ser evitados enquanto durar o período de epidemia. Dar preferência para reuniões virtuais.
Evitar viagens. A agenda de viagens deve ser revista, dentro do possível, e postergada ou substituída por eventos virtuais.
Alimentação e refeitórios. O compartilhamento de alimentos e utensílios de cozinha deve ser evitado em ambientes com muitas pessoas. Se isso não for possível, garantir que as medidas de higiene (antes e depois de se alimentar) e esterilização de materiais sejam estritamente seguidas por todos os funcionários durante as refeições.
Vacinação contra gripe. É desejável que todos os funcionários recebam vacinação contra gripe, a fim de prevenir ocorrências de influenza que podem ser confundidas com a infeção pelo novo coronavírus.
Proteção individual dos funcionários da loja. Todos os funcionários da farmácia que trabalham no atendimento a clientes devem utilizar máscara cirúrgica descartável durante todo período em que estiverem trabalhando.
Proteção individual do farmacêutico. O farmacêutico, bem como demais funcionários, deve utilizar máscara cirúrgica durante todo período em que estiver trabalhando. No atendimento a pacientes com sintomas respiratórios, recomenda-se utilizar também luvas descartáveis.
Proteção individual do pessoal de limpeza. Devem utilizar avental esterilizado, óculos de proteção, luvas e máscaras cirúrgicas. Devem proceder higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel 70%.
Rotina antes de chegar ao trabalho. Utilizar máscara descartável no caminho para o trabalho. Se possível, evitar transporte público para locomoção. Não se comunicar desnecessariamente com pessoas para evitar transmissão por gotículas de saliva.
Manter distância mínima de 1 metro de pessoas com sintomas respiratórios (tosse, espirros). Evitar tocar instalações públicas. Evitar tocar mucosas do nariz, boca e olhos. Higienizar adequadamente as mãos ao chegar ao trabalho. Desinfetar chaves, aparelhos de telefone e outros itens constantemente utilizados. Paramentar-se ou vestir uniforme apenas ao chegar ao trabalho.
Rotina durante o trabalho. Utilizar máscara cirúrgica. Manter distância mínima de um metro de outras pessoas. Lavar frequentemente as mãos. Acompanhar atentamente a própria saúde e de outros funcionários, notificando surgimento de sintomas respiratórios.
Rotina ao sair do trabalho. Utilizar máscara cirúrgica no caminho para casa. Antes de entrar em casa, descartar máscara em saco de lixo bem fechado. Lavar as mãos e o rosto imediatamente ao chegar em casa. Higienizar maçanetas, chaves, aparelhos de telefone e outros itens, e pendurar as roupas em um local ventilado. É recomendado ter contato com membros da família somente após tomar banho.
Coronavírus: prevenção e segurança no atendimento aos clientes
Prevenção na porta da loja. Cada cliente deve ser orientado a passar álcool gel 70% em ambas as mãos antes de entrar na loja. Em casos extremos, a temperatura de cada cliente deve ser medida utilizando um termômetro infravermelho (sem contato) na porta da loja e cada cliente deve receber uma máscara para ser usada durante todo tempo de permanência em loja. Clientes com temperatura acima de 37,0°C devem ser imediatamente encaminhados para atendimento pelo farmacêutico em área isolada da loja (por exemplo, sala de serviços farmacêuticos).
Evitar aglomerações na loja. Os funcionários devem orientar os clientes em tempo hábil para evitar multidão na farmácia, recomendar que mantenham distância de outras pessoas de pelo menos 1 metro e, se necessário, higienizar itens tocados por clientes com álcool líquido 70%, após a saída do cliente, para reduzir o risco de infecção. Cuidado redobrado com as filas.
Vendas de produtos para gripes e resfriados. A gôndola de autoatendimento para antitérmicos e antigripais deve receber atenção especial. As superfícies onde os clientes tocam devem ser desinfectados frequentemente com álcool líquido 70%. Um funcionário treinado deve abordar clientes comprando antitérmicos e antigripais a fim de identificar presença de sintomas sugestivos (como tosse, espirros, congestão nasal ou falta de ar) encaminhando casos positivos imediatamente para atendimento pelo farmacêutico.
Cuidado com o pânico. Orientar que os clientes respondam à situação de epidemia racionalmente e não se deixem levar por rumores. O uso de medicamentos não previne a infecção por coronavírus. Por outro lado, o abuso de medicamentos em altas doses pode causar reações adversas, intoxicações e até mesmo necessidade de hospitalização.
Descarte de resíduos
O plano de gerenciamento de resíduos deve ser adequado e aplicado por todos os funcionários da loja, supervisionados pelo farmacêutico responsável e pelo gerente.
Os funcionários devem ter consciência com relação ao descarte de equipamentos de proteção individual para evitar contaminação secundária. O tratamento e descarte dos resíduos deve seguir a RDC 222/2018.
Se algum cliente estiver sendo tratado em casa ou estiver cuidando de algum paciente diagnosticado com COVID-19, orientar que ele separe uma lixeira para destinar os resíduos originados no dia-a-dia do tratamento e no processo de recuperação.
Protocolo de atendimento ao cliente
Identificar clientes com sintomas suspeitos. Todo cliente identificado com sintomas de infecção respiratória devem ser encaminhados para uma área isolada, bem ventilada e devem ser atendidos pelo farmacêutico, que deve utilizar máscara durante todo atendimento.
Fornecer ao cliente medidas de proteção imediata. Se um cliente entrar na farmácia com sintomas respiratórios recomenda-se: sempre oferecer máscara e, na falta desta, lenço de papel descartável. Orientar o cliente que não possua máscara que, ao tossir e espirrar, cubra o rosto com o lenço ou com o próprio cotovelo para evitar a disseminação do vírus. Manter distância de no mínimo um metro ao conversar com o cliente. Solicitar aos demais clientes que mantenham uma distância segura de pelo menos 1 metro.
Atendimento e anamnese. Seguir o protocolo de atendimento para casos suspeitos, realizando anamnese do paciente a fim de conhecer seus sintomas, história recente e gravidade do quadro.
Pacientes com sintomas leves de infecção respiratória, com suspeita de coronavírus.
Orientar o paciente que vá para casa, permaneça isolado, tomando medidas de autocuidado. Caso ele não possa fazer isso por conta própria, deverá procurar atendimento médico imediatamente para avaliação e obtenção de atestado, a critério médico. Paciente acima de 60 anos ou portadores de doenças crônicas, mesmo com sintomas leves, devem ser encaminhados para atendimento médico imediatamente.
Todos os pacientes devem ser orientados a procurar atendimento médico imediato caso os sintomas persistam ou piorem nas próximas 24 horas.
Pacientes com sintomas moderados e graves de infecção respiratória. Pacientes com sintomas que indiquem maior gravidade, principalmente febre alta persistente há dias e dificuldade em respirar devem ser encaminhados imediatamente. O Ministério da Saúde recomenda que essas pessoas sejam atendidas na atenção primária à saúde ou unidades de pronto atendimento, evitando-se encaminhamento direto para hospitais.
Medidas após o atendimento. Desinfectar locais e objetos de trabalho após a saída do cliente. Higienizar as mãos.
Padronização e treinamento. Todos os funcionários devem ser treinados para seguir rigorosamente as recomendações de atendimento a casos suspeitos.
Saúde mental dos trabalhadores
Durante episódios de epidemias é comum que profissionais da área da saúde passem por momentos de grande pressão psicológica, tendo em vista que atuamos diretamente no trabalho diário combatendo a disseminação da doença. É importante realizarmos uma boa gestão emocional, não perdermos o controle em meio a tantas notícias, muitas vezes alarmistas.
Estabeleça um bom relacionamento interpessoal e mantenha uma atitude positiva e otimista sobre a situação.
Busque garantir um sono adequado e uma dieta equilibrada, pois isso ajuda a fortalecer a imunidade. Pratique atividades físicas e tente relaxar. Evite assistir, ler ou ouvir notícias que possam causar ansiedade ou estresse.
Mantenha-se informado por fontes confiáveis e siga as orientações fornecidas pela empresa, ficando atento às recomendações do Ministério da Saúde.
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Fonte: Abrafarma