O papel do farmacêutico nas drogarias vem mudando com o passar dos anos. Até pouco tempo atrás era comum que as farmácias contassem com esse profissional apenas por ser uma exigência legal.
Com isso, era comum ver farmacêuticos exercendo as mesmas funções de um balconista ou supervisor de farmácia. A única diferença está nos salários, que é bem mais alto para os profissionais com ensino superior.
Porém, agora, um novo papel está surgindo nas drogarias: o farmacêutico clínico. Os profissionais do segmento estão cada vez mais se voltando para o atendimento aos pacientes. Isso faz com que a farmácia deixe de ser apenas uma dispensação de medicamentos e se torne, de fato, um estabelecimento de saúde.
Evolução do papel do farmacêutico: do dispensador para o clínico
A profissão de farmacêutico surgiu ainda no século X, quando surgiram as primeiras boticas, que eram lojas em que se vendiam ou manipulavam medicamentos.
No Brasil, a atividade foi regulamentada em 1931, por meio do Decreto nº 20.377/1931, assinado pelo ex-presidente Getúlio Vargas.
De lá para cá, muita coisa mudou! Atualmente, a graduação em Farmácia forma profissionais que podem trabalhar em diversas atribuições. Entre elas, está a atuação como farmacêutico dispensador ou clínico.
O farmacêutico dispensador era o mais comum nas drogarias, até bem pouco atrás. Trata-se do profissional que cuida dos medicamentos, verifica a armazenagem dos produtos, supervisiona e auxilia no trabalho dos balconistas. Nesse tipo de atividade, o contato com os pacientes é bem limitado.
Agora, cresce nas drogarias/farmácias a presença do farmacêutico clínico. A esse profissional compete:
- a execução de exames rápidos, como o da glicose e da Covid-19;
- o atendimento aos pacientes em ambientes privados;
- os aconselhamentos sobre o uso de medicamentos;
- a revisão e o acompanhamento de tratamentos;
- soluções de problemas de farmacoterapia;
Como você pode perceber, a atuação do farmacêutico clínico é bem mais ampla que a do dispensador. Com esse profissional, a farmácia passa a ser vista como um estabelecimento de saúde, o que gera mais confiança e atrai clientes.
Vale lembrar, inclusive, que muitas drogarias estão apostando na criação de consultórios farmacêuticos. Nesse caso, o farmacêutico clínico recebe os pacientes em um espaço separado, realizando uma consulta individual e repassando informações.
A importância do farmacêutico clínico nas drogarias
O Conselho de Farmácia de São Paulo define a farmácia clínica como: “Uma prática farmacêutica especializada, cuja responsabilidade é assegurar o uso de medicamentos de forma apropriada e segura nos pacientes, através de um conhecimento aplicado e especializado em função dos cuidados do paciente, qual necessita de educação especializada e/ou treinamento estruturado”.
Essa definição ajuda a compreender sobre a importância do farmacêutico clínico nas drogarias. O profissional contribui para a qualidade de vida dos pacientes, podendo, inclusive, contribuir para que se evite a automedicação.
O brasileiro tem o péssimo hábito de automedicar, o que pode causar complicações na saúde. Nesse sentido, o farmacêutico clínico pode atender os clientes da farmácia e consultá-los.
Na consulta, o profissional pode sugerir o uso de medicamentos que não necessitam de prescrição médica. Caso julgue necessário, encaminha o paciente para consultar com um médico clínico geral ou especialista na área da queixa realizada.
Em suma, contar com um farmacêutico clínico em seu estabelecimento faz com que as pessoas tenham mais confiança em comprar na sua farmácia. Além disso, este pode ser um diferencial para atrair mais clientes e vender mais.
4 principais atribuições do farmacêutico clínico
Confira, a seguir, as principais delas!
1. Rastreamento em saúde
O rastreamento em saúde consiste na detecção de riscos e alterações de saúde que podem indicar que uma pessoa seja portadora de uma doença.
Um paciente que faz o teste de glicemia capilar na farmácia e detecta um índice anormal pode ser um portador da diabetes mellitus, por exemplo.
Nesse caso, o farmacêutico clínico deve encaminhar o usuário para que um médico realize um diagnóstico mais aprofundado.
2. Consulta farmacêutica
Como explicamos, o farmacêutico clínico pode atender pacientes em consultório e prescrever medicamentos que não exigem receita médica.
Em casos mais graves, o profissional realiza o encaminhamento para um médico, para que tratamentos mais complexos possam ser realizados.
3. Conciliação de medicamentos
É bastante comum que muitas pessoas, principalmente os idosos, façam uso de mais de uma medicação diária. No entanto, se os remédios não forem tomados em determinados horários ou de determinada maneira, um pode interferir nos efeitos do outro.
O trabalho de conciliação de medicamentos consiste justamente na análise de todos os remédios utilizados por um paciente.
Após fazer esse estudo, o farmacêutico clínico pode orientar os clientes da farmácia sobre a melhor maneira de usar os medicamentos, indicando os melhores horários e maneiras para tomar cada remédio.
4. Gestão da condição de saúde
A gestão da condição de saúde é uma atividade em que o farmacêutico faz o acompanhamento dos pacientes portadores de uma doença específica.
Uma pessoa com hipertensão, por exemplo, pode ir com frequência à farmácia para realizar a aferição da pressão arterial e ter um acompanhamento dos índices.
Caso o farmacêutico perceba alterações ou anormalidades, deve fazer um encaminhamento para o médico, que poderá analisar o caso do paciente e realizar mudanças nas medicações receitadas.
A transformação ocorreu e agora o farmacêutico clínico deve ser considerado o protagonista nas farmácias. Ao apostar em um profissional especializado nesse segmento em sua drogaria, os resultados positivos serão visíveis logo nos primeiros dias para toda uma sociedade.
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