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O ano já começa com ainda mais desafios para os varejistas: fim do auxílio emergencial, aumento no desemprego e reajuste de aluguel com base no IGP-M são alguns deles.
Qualquer previsão para 2021 é rodeada de incertezas, principalmente no que se refere a canais de venda e comportamento de consumo. Com a renda comprometida, é difícil prever se o consumidor manterá os hábitos adquiridos ao longo de 2020, mas o cenário dá algumas pistas de como será o futuro do varejo.
O sócio-diretor da Gouvêa Malls, Luiz Alberto Marinho, explica que, mesmo que os primeiros meses do ano ainda sejam difíceis, o varejista tem razões para esperar por um 2021 mais animador, com a iminência da vacina e a retomada da confiança do consumidor.
Desafios para as vendas em 2021
O especialista lembra que, em 2020, munido de crédito ou do auxílio emergencial, o cliente mostrou predisposição para consumo, principalmente em serviços considerados essenciais, como supermercados e farmácias.
Mas também no comércio eletrônico, que engloba o delivery de alimentos e teve resultados históricos. Esses fatores precisam ser considerados ao se pensar na reestruturação dos pontos de venda para os próximos meses.
Legado da pandemia
A pandemia ajudou a acelerar algumas tendências que já eram apontadas para o varejo havia alguns anos, como a omnicanalidade e o avanço do uso de tecnologia nas lojas físicas – e não somente o e-commerce.
“O melhor exemplo é o WhatsApp, o que chamamos de um CRM na palma da mão do vendedor”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.
De acordo com Terra, o modelo de loja que abre e espera pela chegada do consumidor está fadado ao fracasso. “Ela tem que abrir e imediatamente ativar clientes por meio de recursos digitais. Trazer quem está em casa, na rua ou no trabalho. As lojas físicas vão virar bases de trabalho e de mercadoria para ativação de clientes.”
Dessa forma, a metragem dos pontos deve ser repensada ao longo do ano. Para negócios que tenham essa característica, não haverá mais necessidade de uma loja espaçosa para apenas armazenar produtos.
No entanto, a experiência continua viva no setor, agora considerado questões de higienização e touchless (sem toque).
Valorização da proximidade e logística
O home office mudou a rotina dos escritórios e de estabelecimentos que dependiam totalmente de fluxo em áreas comerciais.
Isso também deve levar ao surgimento de novas operações em regiões mais residenciais em 2021.
A logística sempre foi apontada como um dos maiores gargalos para o avanço do e-commerce no Brasil.
Em 2020, com o crescimento compulsório nas estratégias de omnicanalidade e também no surgimento de novos operadores logísticos, essa barreira começou a ser vencida.
No entanto, na visão de Marinho, a pandemia tem aumentado a diferença entre as empresas maiores e estruturadas e os pequenos varejistas.
O próprio omnichannel é uma prova disso, pois é uma modalidade que demanda volume para ter resultados financeiros significativos. “O pequeno, de alguma maneira, é quem está mais vulnerável em toda essa revolução que estamos assistindo, e será quem mais precisará de apoio.”
Fonte: PEGN